Considerando os encaminhamentos seguidos pela análise marxista insuficientes para explicar as relações entre estado e sociedade na América Latina durante o período colonial e a transição para o capitalismo, Roberto Smith retoma o pensamento de Wakefield. Esse economista político inglês do início do século XIX, precursor na análise do imperialismo, forneceu o embasamento teórico do Conselho de Estado do início do Segundo Império no Brasil, cuja política de substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre iria materializar-se na Lei de Terras de 1850.
Fundamental para todo estudioso do processo de formação do capitalismo no Brasil e das peculiaridades da economia brasileira, este livro mostra como o estabelecimento da propriedade fundiária no país foi regido por uma intenção estatal que procurava impedir o surgimento do campesinato mas não concebia, ainda, a generalização de relações de assalariamento diante da perspectiva da imigração que se abria.
Dominar o trabalhador e não comprar sua força de trabalho: esse era, ainda, um requisito do capital mercantil.
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